MELHORIA NO PROCESSO DE ENSINO-APRENDIZAGEM NAS DISCIPLINAS DE GENÉTICA BÁSICA, MELHORAMENTO VEGETAL E MÉTODOS ESTATÍSTICOS PARA ANÁLISES DE DADOS.

CHAGAS; Jose Tiago, Barroso, GALVÃO Sydney Pereira, FEITOSA José Valmir, COSTA Marília Gabriela de Santana, FREITAS JÚNIOR Silvério De Paiva

Resumo


 

1 INTRODUÇÃO

As disciplinas Genética Básica e Melhoramento Vegetal são ministradas para o curso de Agronomia, apresentam programas no qual estão incluídas aulas práticas. Nestas aulas estarão envolvidas turmas de até 50 alunos. Todas as práticas são aplicadas no laboratório de Biologia e na unidade de apoio a pesquisa da UFCA no Crato. Nas práticas de Genética muitas vezes são utilizados reagentes tóxicos o que torna necessária a permanência de mais uma pessoa, além do docente, para orientar os alunos quanto ao manuseio e armazenamento dos reagentes.

As disciplinas que compõem a área de Estatística têm em comum o fato de se prestarem a promover um complemento essencial à formação de futuros profissionais em áreas distintas. Não é mais possível para o profissional das áreas de Agronomia tomar decisão sem levar em conta os aspectos de, por exemplo: coleta, organização, tabulação, análises e inferência dos dados, muito menos sem ter o mínimo conhecimento de pacotes computacionais desta área.

Grande parte dos estudantes, ao ingressarem no ensino superior, tem conhecimento limitado com relação à Estatística. Neste contexto, a monitoria se apresenta como um auxílio importante no processo de ensino e aprendizagem, intervindo de forma direta no aprofundamento dos conteúdos transmitidos pelo professor em sala de aula, bem como contribuindo no processo de aplicação dos conceitos teóricos em ferramentas computacionais para a solução de problemas nas diversas áreas de estudo.

A monitoria de genética básica, melhoramento vegetal e análise de dados pretende auxiliar ao estudante nas disciplinas obrigatórias da graduação em agronomia bem como introduzir o melhoramento de plantas sob a forma de aporte fundamental em seu currículo.

Segundo Ramalho (2012), a genética é a ciência que estuda os fenômenos da herdabilidade e da variação, ambos distintos, onde a herdabilidade é o fenômeno onde descendentes se assemelham com seus ascendentes e já na variação é a capacidade dos descentedentes diferirem geneticamente ou ambientalmente de seus ascendentes.

Tais conceitos são elementares para qualquer agrônomo ou um melhorista que pretenda avaliar populações e submetê-las ao crivo da estatística e da experimentação para que com essas ferramentas possa realizar a melhor escolha em sua seleção.

O ponto de partida inicial é um bom conhecimento da genética dos seres vivos, com enfoque principal nas populações de origem vegetal, que possuem em sua essência limiares diferenças sobre o funcionamento de suas células, metabolismo, e forma reprodutiva.

Todos estes fatores configuram uma sólida base que tem que ser descoberta pelos estudantes a fim de conseguir o êxito ao melhorar e selecionar uma população, afinal não se chega a uma boa variedade sem bons testes experimentais e um ótimo conhecimento de genética.

Para isso é que facilitamos ao estudante um conhecimento sobre os principais teóricos que desenvolveram trabalhos na área da genética, desde os pioneiros como as ervilhas da genética mendeliana até os mais recentes avanços da biotecnologia.

O público ao qual desenvolvemos nossa ação são os discentes do segundo, terceiro, quarto e sétimo período das disciplinas de estatística básica, experimentação agrícola, genética básica e melhoramento vegetal respectivamente.

Os discentes que participaram das atividades da monitoria são do curso de bacharelado em Agronomia do Centro de Ciências Agrárias e da Biodiversidade da Universidade Federal do Cariri.

O objetivo do presente trabalho são iniciar estudantes na atividade de ensino através do aprofundamento dos conhecimentos em Estatística, Genética e Melhoramento Vegetal propiciando-lhes a capacidade de esclarecimento de dúvidas sobre conteúdos e exercícios, a fim de auxiliar os demais colegas. Proporcionar ao monitor um aprofundamento da disciplina no que diz respeito às dimensões teórica e prática da experiência de ensino e aprendizagem. Incentivar a participação do estudante monitor nas atividades docentes sob acompanhamento e supervisão do orientador.

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2 DESENVOLVIMENTO

As atividades desenvolvidas durante a monitoria acompanham o aluno no período extra sala de aula, justamente no ponto onde há o maior momento de aparecimento de dúvidas que não surgiriam diante do tempo das aulas.

Deste modo o desenvolvimento das atividades se baseiam nestas questões levantadas pelos discentes a fim de resolver determinados problemas das disciplinas ou melhorar sua proficiência nas avaliações parciais e trabalhos relativos às mesmas.

O monitor, portanto, dialoga com os discentes para tentar sanear suas dúvidas e auxiliá-los na resolução destas tarefas, sempre buscando induzir o estudante à reflexão para que ele possa atuar como facilitador do processo de ensino aprendizagem.

Esta etapa de facilitação do processo de ensino aprendizagem consiste em o monitor junto ao estudante perguntar o que foi visto em sala de aula e partir daí tentar explicar como se dá uma questão, para que não seja apenas gabaritada a resposta, mas, sobretudo raciocinada.

 Desta forma as metodologias utilizadas para facilitação da aprendizagem nestas disciplinas contiveram a aplicação de um glossário de 50 itens nas disciplinas de genética básica e melhoramento vegetal.

Este questionário tinha o objetivo que o estudante encontrasse o significado das palavras ora ali requeridas e também o ajudasse no processo de familiarização com os termos técnicos empregados na área da genética e melhoramento.

Tal questionário foi formulado pela professora Marília que orienta o monitor e o ajuda a ingressar nas atividades com mais confiança, atribuindo algumas tarefas durante a disciplina desde fiscalização de provas até à correção de alguns exercícios.

Outra ferramenta utilizada durante a monitoria foi a de revisar exercícios passados em sala de aula sob a forma de trabalhos acadêmicos que somariam percentuais adicionados ao cálculo das médias dos discentes.

Esta atividade foi fundamental, pois testou o nível de escrita e raciocínio lógico interpretativo dos estudantes, onde eles se deparariam com três a quatro questões dissertativas e teriam de respondê-las de acordo a elucidar o referido problema em questão.

Os exercícios têm a finalidade de fazer a fixação do conteúdo ministrado em sala de aula pela professora e ajudar no raciocínio em problemas onde podemos encontrar a genética no cotidiano.

Desta forma podemos acompanhar o desenvolvimento dos estudantes na resolução das questões e fornecer às dúvidas complementos indagativos que resultam em diminuir as chances de erros e conduzir a elucidação da pergunta.

Tais exercícios trazem questões que dizem respeito à aplicação prática de conceitos da genética e requerem algumas operações matemáticas simples de fração, exponenciação e raciocínio genético sobre alelos, cruzamentos, herança fenotípica e genotípica.

No entanto, todo este conhecimento careceria de complemento material se não estivesse atribuído á uma situação clara onde os conceitos de genética, melhoramento e análise de dados fossem aplicados de forma a fornecer um resultado ou pesquisa sobre algum exemplar vegetal.

Segundo Bazzato e Kronka (1989) o objetivo da experimentação é estudar os experimentos, desde seu planejamento, execução, análise dos dados e interpretação dos resultados posteriores.

Logo a monitoria também auxiliou os estudantes a preparem as bases para produzirem experimentos onde pudessem conjugar todo o conhecimento sobre variedades genéticas, analisarem os dados produtivos das variedades e por fim a condução ao melhoramento vegetal.

Cada experimento terá um tratamento, no entanto todos devem respeitar os princípios da experimentação que são repetição, casualidade e controle local caso haja diferença significativa no local onde irá ser realizado o experimento.

A partir das premissas da experimentação respeitadas, se tem início ao experimento para obtenção dos dados, onde após conquistá-los se prossegue a próxima fase de análise submetendo-os a testes de significância e análise de variância para estimar o potencial de significado encontrado a partir dos dados.

Todas essas análises são complexas, por isso se dá a importância do monitor ajudar aos estudantes discernirem sobre todo esse processo científico para que ele consiga transmitir sua experiência e facilitar com que o estudante inicie sua trajetória científica.

 

3 RESULTADOS e DISCUSSÃO

Os principais resultados encontrados advêm da integração entre o monitor e a turma das disciplinas de genéticas e melhoramento, bem como o intercâmbio de saberes que acontece quando há a orientação do monitor proporcionando assim uma facilitação do processo de ensino aprendizagem entre os próprios estudantes.

Desta forma os resultados se traduzem de forma qualitativa onde o monitor através do programa de iniciação a docência desenvolve suas atividades que fortalecem o conhecimento da área da genética e do melhoramento e também adquire experiência de didática e transmissão de conteúdo.

Outros resultados também podem ser observados na aprendizagem dos discentes que determinadas vezes se sentem mais a vontade de questionar o monitor, por ter vergonha de fazer perguntas de conceitos básicos diretamente ao professor.

A monitoria contribui essencialmente nessa comunicação e dinamiza o processo de ensino aprendizagem com suas metodologias alternativas e eficazes no processo didático.

 

 

 

 

Figura 1 – Acompanhamento individual para os estudantes da UFCA.

Fonte: O autor.

4 CONSIDERAÇÕES FINAIS

De forma geral o programa de iniciação a docência contribui significativamente para a formação profissional dos estudantes, atribuindo-lhe diversas características didáticas de interesse caso ele continue na área acadêmica.

Também atua de forma a trazer domínio sobre a área de estudo e fortalecer assim o conhecimento do monitor e dos estudantes que participam das atividades da monitoria trazendo assim uma grande troca de saberes durante o processo de ensino aprendizagem.

 

5 REFERÊNCIAS

BANZATTO, David Ariovaldo; KRONKA, Sérgio do Nascimento. Experimentação Agrícola. Jaboticabal: Editora UNESP, 1989.

RAMALHO, Magno Antonio Patto et al. Genética na Agropecuária. Lavras: Editora UFLA, 2012.

HOGA, L.A.K.; ABE, C.T. Relato de experiência sobre o processo educativo para a promoção da saúde de adolescentes. Rev. Esc. Enf. USP, v. 34, n. 4, p. 407-12, dez. 2000.

MELHORIA NO PROCESSO DE ENSINO-APRENDIZAGEM NAS DISCIPLINAS DE GENÉTICA BÁSICA, MELHORAMENTO VEGETAL E MÉTODOS ESTATÍSTICOS PARA ANÁLISES DE DADOS.


Última alteração
28/09/2017