ANÁLISE DE CRISTALINIDADE DE PEIXES FÓSSEIS DA FORMAÇÃO IPUBI, BACIA DO ARARIPE, ATRAVÉS DE TÉCNICAS DE ESPECTROSCOPIA VIBRACIONAL
Resumo
A fossilização de um organismo é considerada um evento complexo e raro na natureza, isso porque, após sua morte, geralmente o organismo fica sujeito à atuação de processos biológicos (necrólise) e sedimentares (bioestratinomia), que podem propiciar sua decomposição, antes mesmos de estes serem soterrados. No entanto, se houver soterramento entram em cena outros processos de natureza física e química (diagênese), que podem modificar a composição química original dos restos orgânicos ou até causar sua total obliteração, não deixando qualquer sinal de sua existência. A sobrevivência a esses processos resulta na composição atual do fóssil. Portanto, o estudo da composição do material fossilífero pode fornecer importantes informações na determinação de quais foram os processos envolvidos na fossilização. A Formação Ipubi da Bacia do Araripe possui um registro paleontológico ainda pouco explorado. Os folhelhos laminados desta Formação apresentam coloração que variam desde a cor cinza, preto e verde. Desta forma, foram utilizados dois peixes fósseis Cladocyclus gardneri e Vinctifer comptoni para investigar o índice de cristalinidade (IC) através das técnicas de espectroscopia de infravermelho. O índice de cristalinidade é o grau de ordenamento de um cristal. Neste caso, as análises foram baseadas nas vibrações de flexões assimétricas do PO4. O referido estudo pode fornecer inúmeras informações sobre as modificações geoquímicas ocorridas durante a fossilização.