As resinas termofixas possuem uma importância significativa em vários tipos de aplicações, devido a características relevantes como alta resistência à tração e à corrosão, boa estabilidade dimensional, além de boa adesão a diversos substratos. No entanto, por serem rígidas, apresentam baixa resistência ao crescimento de trincas, ou seja, baixa tenacidade à fratura. Esse comportamento frágil das resinas termorrígidas pode ser modificado por meio da incorporação de agentes modificadores/tenacificantes, os quais promovem uma maior capacidade de deformação do polímero, aumentando sua energia de fratura. Entretanto, as técnicas atuais de modificação de termorrígidos são relativamente caras. O presente trabalho buscou contribuir com a redução dos custos associados aos atuais métodos de tenacificação de termorrígidos, e, paralelamente, minimizar os problemas ambientais resultantes do descarte de resíduos de EVA e PVC, gerados pelo setor calçadista na região do Cariri, no estado do Ceará. Os resíduos de EVA necessitaram de um tratamento químico anterior à incorporação na resina epóxi. Os corpos-de-prova (CPs) foram submetidos a testes de tração. Apenas os CPs com matriz epóxi foram caracterizados com análises térmicas de DSC e TGA. A interação dos resíduos de PVC com a resina poliéster se mostrou visualmente positiva, apresentando boa distribuição e boa dispersão. Os resultados mostraram que o EVA modificado mostrou-se eficiente como agente de tenacificação para a resina epóxi, elevando sua capacidade de deformação e estabilidade térmica. Por outro lado, a adição de partículas de EVA provocou uma redução na resistência à tração e no alongamento da resina poliéster. As incorporações do PVC e do EVA não tratado foram realizadas apenas com resina poliéster, as quais provocaram uma redução na resistência à tração e no alongamento da resina.