ESTIMATIVA DE EMISSÃO DE CONTAMINANTES POR EFLUENTES DOMÉSTICOS PARA A BACIA DO RIO SALGADO/CE

Glenda Vieira Chaves, Jones Araújo Bezerra, Marcelo Oliveira Santiago, Francisco José de Paula filho

Resumo


O tratamento de esgotos gera como produto o lodo de esgoto, que é rico em nutrientes e matéria orgânica e é carregado de diversos poluentes, dentre eles os metais pesados. Quando dispersos no meio ambiente de forma inapropriada, tais metais podem poluir o solo e os recursos hídricos, alterando suas características físicas, químicas e biológicas, podendo também ser potencialmente danosos a saúde humana e ao ecossistema aquático. Frente aos possíveis impactos ambientais decorrentes da presença de nitrogênio, fósforo e os metais pesados Zn, Cu, Pb, Cr, Cd e Hg, este trabalho propõe-se a estimar as cargas destes contaminantes no esgoto gerado na bacia do rio Salgado. Para se estimar as cargas de nutrientes e metais pesados foram considerados as concentrações dos elementos em efluentes domésticos, os dados populacionais dos municípios da bacia do rio Salgado, o volume anual de esgoto gerado, o consumo urbano de água (129,8 L.hab-1.dia-1) e rural (89,6 L.hab-1.dia-1), corrigidos pelo coeficiente de retorno de 80% (De Paula Filho et al., 2015). O volume de esgoto anual gerado na bacia foi de 32.846.724,9 m³.ano-1, considerando o ano de 2016. Do total gerado de esgoto, somente cerca de 15,34% é tratado, sendo que a rede coletora de esgotos varia de 6% a 23% entre as cidades que compõe a bacia. A carga total estimada de N 1642 t.ano-1, seguido do fósforo com 460 t.ano-1. Dentre os metais Zn (8,0 t.ano-1), Cu (5,0 t.ano-1) e Pb (2,0 t.ano-1) representam as principais contribuições em termos de metais pesados. As cargas estimadas de nutrientes e metais pesados para a bacia do Rio Salgado a partir dos esgotos domésticos são condizentes com aqueles reportados para outras bacias do Nordeste com similar nível de desenvolvimento socioeconômico. Salienta-se que o regime hídrico semiárido requer o gerenciamento dos efluentes líquidos domiciliares gerados, pois a baixa capacidade de diluição dos rios da região, repercute em impactos significativos na qualidade das águas superficiais.


Texto completo: PDF
Apresentação
Última alteração
16/10/2017