Neste estudo, os resíduos sólidos galvânicos (RSG) foram caracterizados com a finalidade de identificar suas propriedades químicas e estruturais, apontar possíveis formas de reuso, tratamento adequados e destinação final e avaliar os perigos ambientais. Durante a caracterização do lodo galvânico, as amostras foram identificas como LM e LJ, essas notações foram utilizadas com intuito de identificar os resíduos provenientes de duas empresas de grande porte que integram o terceiro maior polo produtor de joias folheadas do Brasil, localizado em Juazeiro do Norte. A caracterização química das amostras foi feita por Espectrometria de Absorção Atômica por Chama (FAAS). Os resultados demonstraram que Zn e Cu são os elementos predominantes. No entanto, elementos como Ni, Cd, Mn, Fe, Cr e Co estão presentes como uma minoria ou como constituintes de traços. As concentrações de resíduos foram maiores, exceto Ni, na indústria LM (27 g Zn.kg^-1, 194 g Cu.kg^-1, 8 g Fe.kg^-1, 538 mg Cd.kg^-1, 227 mg Ni .kg^-1, 73,5 mg Cr.kg^-1, 14 mg Co.kg^-1) em relação a LJ (11 g Zn.kg^-1, 3 g Fe.kg^-1, 102 g Cu.kg^-1, 2 g Cd.kg^-1, 141 mg Ni.kg^-1, 11 mg Co.kg^-1), indicando que não existe um padrão uniforme no processo de tratamento do efluente dos banhos para a deposição de metais. O difratograma de raios-X das lamas galvânicas secas revelou apenas a presença de BaSO₄ e CuO como fases cristalinas, resultado que corrobora com os resultados de FT-IR. A partir dos resultados encontrados neste trabalho confirma-se a classificação do lodo galvânico como resíduo perigoso classe I, bem como também demostra-se que o mesmo também apresenta em sua composição constituintes em concentrações que viabilizam economicamente sua recuperação e/ou introduzidos na constituição de diferentes produtos, como por exemplo os materiais cerâmicos e em pigmentos inorgânicos.