CIDADES SAUDÁVEIS E BEM ESTAR URBANO: UMA APLICAÇÃO DOS CONCEITOS À RMNATAL

Mikael VICTOR SILVA DA Câmara

Resumo


O objetivo do estudo é compreender e aplicar o conceito de bem estar urbano na Região Metropolitana de Natal (RMNatal) partindo das Cidades Saudáveis, que envolve a noção de Saúde Urbana e qualidade de vida. O Movimento Cidades Saudáveis, criado em 1986 no Canadá, a partir de um debate realizado pela Organização Mundial de Saúde, pretendeu criar e melhorar os ambientes físicos e sociais aumentando o bem estar, a qualidade de vida, enfocando a intersetorialidade e a participação da sociedade.

Com o intuito de responder às mudanças decorrentes da crescente urbanização e de suas consequências para a saúde e qualidade de vida das populações, várias localidades aderiram à esse Programa. Uma cidade saudável não é somente aquela com bons índices de saúde, medidos pelos indicadores que podem ser analisados através de sistemas de informações, mas sim, cidades comprometidas com os objetivos de saúde de seus cidadãos, trabalhando de forma intersetorial para alcançar a eficácia das metas e dos objetivos das políticas públicas.

A ideia de cidade saudável está vinculada às várias outros pensamentos, entre eles a da construção de uma Urbe, que é um espaço geográfico referente a “city”, que é o centro financeiro, com suas demais regiões no seu entorno. Uma cidade saudável pensa um crescimento urbano de maneira sadia, focando em um trabalho interdisciplinar e intersetorial em prol de um bem estar da sociedade.

Além disso, observa-se na construção das cidades saudáveis a importância do fenômeno da formação de redes para apoio, a continuidade, e o alargamento de uma cidade saudável. Essas redes demonstram a importância do papel que desempenham no apoio aos projetos de municípios, e isso é uma chave importante do conceito implementado dentro do âmbito municipal, metropolitano, local e global.

 

A formação e união da sociedade é um fator determinante para a construção e implementação do conceito de cidade saudável. Algumas cidades do mundo e, principalmente da América Latina, já tem experimentado diferentes formas de organização visualizando essa integração de atividades e descentralização de políticas. Nas cidades que compõem a Região Metropolianta de Natal, no estado do Rio Grande do Norte, isso não pode ser diferente. Utilizando de pesquisa documental e bibliográfica, procurei compreender os conceitos, debates e marcos regulatórios em volta desse assunto.

A partir de pesquisa quantitativa, analisei o IBEU ou Índice de Bem Estar Urbano (índice criado pelo Núcleo Observatório das Metrópoles) no âmbito local da RMN. O IBEU é  “a compreensão de bem-estar está novamente vinculada a uma concepção de satisfação das necessidades concebidas no plano dos indivíduos e realizadas privadamente” (RIBEIRO, 2013). Diferentemente do conceito de qualidade de vida; que é basicamente a união de vários fatores físico, psíquico e emocional, algo que todos falam sobre, mas não sabem definir com muita clareza o que é; o bem-estar tem uma concepção bem clara, voltada um pouco para a economia, medindo a satisfação dos indivíduos quanto às suas necessidades. Sendo assim, apesar do bem-estar tradicional ser medido de forma individual, o IBEU tenta se realizar no plano coletivo, compreendendo o “que a cidade deve proporcionar às pessoas em termos de materiais de vida, a serem promovidas e utilizadas de forma coletiva” (RIBEIRO, 2013).

Na pesquisa, concluo que todos os municípios metropolitanos possuem índices de bem-estar urbano positivos, porém, necessitam melhorar bastante a governança em seus territórios, principalmente nas dimensões de políticas públicas voltadas para a área de infraestrutura urbana e de serviços coletivos urbanos. A vontade política ou ausência de gestão técnica qualificada de alguns municípios , acaba que gerando os problemas de governança, prejudicando negativamente as dinâmicas metropolitanas em prol de uma melhor qualidade de vida e bem estar urbano no território. Em suma a pesquisa mostra as várias alternativas e estratégias do bem estar urbano, a partir do Movimento Cidade Saudável; para uma qualidade de vida, saúde urbana e promoção de saúde mais eficazes dentro da sociedade; refletindo o conceito do movimento de cidades saudáveis junto à lógica do Bem Estar Urbano, compreendendo suas variáveis e analisando se a Região Metropolitana de Natal se encaixa dentro do perfil saudável, através do IBEU Local, elaborado pelo Observatório das Metrópoles.


Apresentação
Última alteração
15/09/2015