LEVANTAMENTO DA PRODUÇÃO CIENTÍFICA BRASILEIRA SOBRE INDICADORES DE SUSTENTABILIDADE

Luciana Maria Diniz, Sabrina Soares da Silva

Resumo


  1. O termo sustentabilidade pode ser usado de diversas formas, remetendo-se a várias interpretações, podendo ser usado em diferentes setores e com as mais variadas finalidades. “Sustentabilidade vem do latim “sustentare” que significa suster, sustentar, suportar, conservar em bom estado, manter, resistir. Dessa forma, sustentável é tudo aquilo que é capaz de ser suportado, mantido” (SICHE et al., 2007, p. 140).  A fim de mensurar esta sustentabilidade, os Indicadores de Sustentabilidade costumam ser adotados. Para a construção de indicadores, são necessários que diversos fatores e características sejam levados em consideração e que haja uma análise minuciosa, que considere cada detalhe, exigindo determinada concentração e discernimento para a escolha do melhor método de construção. Embora alguns estudiosos adotem os termos índice e indicador, também no seu plural, como sinônimos, sem considerar as diferença entre eles, há diferenças entre eles. O termo índice se refere a um nível mais refinado do que o indicador, que é normalmente utilizado como pré-tratamento aos dados originais. Ou seja, o índice é um dos tipos de indicadores. Não há, contudo, consenso sobre quais indicadores são mais adequados ou como deveriam ser calculados, quando se pretende mensurar a sustentabilidade. Nesse contexto, coloca-se a seguinte questão: O que e como tem sido abordado predominantemente nos estudos sobre indicadores de sustentabilidade? Para elucidá-la, o objetivo desse estudo foi analisar a produção cientifica sobre indicadores de sustentabilidade no Brasil entre os anos de 2000 e 2013. Foi feita uma pesquisa quantitativa, descritiva e bibliográfica, na qual foram levantados e analisados os artigos publicados no período. O levantamento foi feito na base de periódicos da CAPES, onde os termos indicador(es) e índice(s) de sustentabilidade foram buscados. Foram localizados e constituíram objeto desse estudo 77 artigos publicados em periódicos de diferentes áreas. Em seguida, foram feitas análises de frequência, que buscaram identificar os trabalhos que tinham linhas de pesquisa semelhantes, ou seja, trabalhavam temas semelhantes, e identificar, com base nos delineamentos metodológicos dos estudos, como eles se classificavam quanto aos seus objetivos, aos procedimentos técnicos adotados, às suas abordagens e aos embasamentos adotados. Observou-se, entre os artigos analisados, que os temas mais recorrentes estavam ligados ao ambiente financeiro e ao mercado onde as organizações se inseriam. Assim, os indicadores de sustentabilidade empresarial foram os assuntos centrais, tendo sido foco de 26% dos trabalhos analisados. Dentre os indicadores mais recorrentes, estão o Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE), aqueles que se baseavam no triple botton line, levando em consideração as dimensões econômica, social e ambiental, e os que consideravam odisclosure das empresas, ou seja, a divulgação de informações  sobre investimentos ambientais, sociais e outras áreas. Em seguida, os temas mais recorrentes foram os indicadores na agropecuária, os financeiros e os relacionados à administração ou gestão pública. Observou-se, na análise de metodologia dos estudos, que, segundo os objetivos dos mesmos, os mais recorrentes se referiam a estudos descritivos. Nestes estudos não havia interferência do pesquisador, mas sim a observação e análise dos fatos. Esses estudos representaram 45% dos artigos analisados. O procedimento técnico mais recorrente nos artigos analisados foi o estudo de caso, que concentrava-se em determinado objeto, em um ou mais casos particulares. Eles representaram 32% dos artigos analisado. Em seguida, estavam os estudo bibliográficos e os documentais. As abordagens adotadas nos estudos analisados foi bastante equilibrada, sendo 51% deles classificados como estudos quanlitativos e os restante como qualitativos. Em relação ao embasamento adotado nos estudos analisados, a metodologia predominante foi a teórica-empírica.  Embora grande parte dos estudos similares a este, que buscam mapear a produção científica em determinada área, como este, são caracterizados como teóricos, observou-se, neste caso, que a coleta de dados primários para a realização do estudo foi a predominante. Nestes casos, realizou-se, a partir de uma base teórica que sustente sua argumentação e a construção dos instrumentos de coleta de dados, a coleta de dados primários, princpialmente por meio de questionários e as entrevistas. Assim, novos estudos sobre a temática são propostas, abrangendo outros trabalhos acadêmicos e  livros, principalmente voltados para a gestão pública, já que este é um setor que demanda mensuração constante  para a tomada de decisão.

Apresentação
Última alteração
15/09/2015