Aprofundamento Teórico da Categoria ‘Esferas Públicas’ para a Gestão Social: Caminhos para uma Reconstrução Normativo-Descritiva

André Spuri Garcia, Valderí de Castro Alcântara, José Roberto Pereira, Elaine Santos Teixeira Cruz

Resumo


Com o diagnóstico da importância da categoria esfera pública para o campo da gestão social e da sua ‘apropriação’ ser ainda limitada, apresentamos neste texto uma pluralização do conceito mediante ampla literatura que acompanha as discussões sobre esta categoria dentro do escopo habermasiano desde a década de 1960. Nesse sentido, este artigo tem por objetivo apresentar uma reconstrução normativo-descritiva da categoria ‘esferas públicas’ tendo em vista suas contribuições para o desenvolvimento da gestão social. Buscamos esta reconstrução mediante cinco argumentos centrais: (1) em primeiro lugar, ressaltamos a importância de se considerar a esfera pública como locus não apenas do consenso, mas também do conflito; (2) buscamos mostrar o caráter ambíguo da esfera pública habermasiana, podendo se constituir de elementos emancipatórios e também opressivos; (3) argumentamos a necessidade de se considerar os diversos públicos e mostramos (4) que no Brasil houve a formação de diversas esferas públicas subalternas, justificando que (5) as características das formações de esferas públicas devem ser compreendidas de forma contextual. Finalmente, a reconstrução da categoria ‘esferas públicas’ abre caminhos para o desenvolvimento teórico, prático e metodológico da gestão social, a partir do qual podemos tensionar as práticas de gestão e seus potenciais emancipatórios e patológicos. Nosso principal argumento foi a pluralização do conceito de esferas públicas argumentando que isso aparece no próprio Habermas, em seus comentadores e críticos, e, com isso, avançamos ‘com Habermas’ e ‘além de Habermas’.

Última alteração
11/01/2016