Xingu continua vivo: o discurso da Sustentabilidade no Complexo Hidrelétrico Belo Monte

walery Costa dos Reis, Fernando Gomes de Paiva Júnior, Sérgio Carvalho Benício de Mello, Osíris Luís da Cunha Fernandes

Resumo


Este estudo descreve as articulações discursivas estruturadas pelas lógicas de equivalências e diferenças em ações institucionais de sustentabilidade do Complexo Hidrelétrico Belo Monte. O discurso da sustentabilidade depende da cadeia que está associada, uma vez que a cadeia de equivalência que é formada pelo Governo Federal, Ministério de Minas e Energia, Ministério do Meio ambiente, Consórcio Norte e Energia, ANA e FAEPA sustenta o discurso da eficiência econômica, a considerar que a produção de energia a qualquer custo, promovendo graves impactos socioambientais provenientes da construção da usina. A retórica da sustentabilidade aparece como forma de amenizar os desgastes ambientais por meio de medidas tecnológicas tardias e sem garantias, as quais só serão implementadas depois da consumação de fatos como a poluição do rio, inundação de comunidades e escassez de alimento. A hegemonia das práticas discursivas estruturadas em torno da sustentabilidade se constrói por meio de cadeias de equivalência, quando as diversas demandas se juntam em prol de uma única demanda. Já a cadeia de diferença formada pelos índios, Ribeirinhos, ONGs, agricultores e CNBB sustenta o discurso da prudência ecológica e equidade social, pois, dependem da terra e da água para sobreviver. Portanto, a construção da usina simboliza a  relação antagônica entre esses agentes.


Apresentação
Última alteração
13/04/2013