Conflitos Socioambientais no Baixo Tocantins: um breve olhar sobre o município de Cametá-PA
Resumo
Um ponto que deve ser ressaltado nos processos de intervenção do Estado Brasileiro na Região Amazônica é o fato de que as políticas pensadas para a mesma são conduzidas como se o Território fosse homogêneo, o que de acordo com Little (2002) é uma forma equivocada de análise, pois o Território não pode ser considerado singular, visto que quando tratamos de seres sociais, devemos considerá-lo enquanto mutável constantemente, ainda mais quando nos referimos a Amazônia que apresenta diversas facetas. O presente artigo tem por objetivo fazer uma breve discussão acerca de conflitos socioambientais no município de Cametá localizado na microrregião do Baixo Tocantins no Estado do Pará. Foi realizado um levantamento bibliográfico acerca de conflitos socioambientais ressaltando quais os principais autores inseridos na temática, buscando evidenciar os principais conflitos que são encontrados na literatura acadêmica sobre o município de Cametá, onde se pôde perceber que apesar de estar localizada geograficamente entre dois grandes projetos integrantes do Programa Grande Carajás, ou seja, a Usina Hidrelétrica de Tucuruí e o complexo Albrás-Alunorte em Barcarena. O município de Cametá não foi inserido da mesma forma nos processos, pois este teve sua inserção nessa “nova lógica desenvolvimentista” de forma indireta, a partir de impactos diretos provocados por estes grandes projetos, especificamente a partir do represamento do rio Tocantins, para a construção da hidrelétrica, o que ocasionou a diminuição do pescado, o empobrecimento das várzeas (onde se desenvolvem os açaizais), além da diminuição da navegabilidade do rio Tocantins em toda sua extensão.