Institucionalização das iniciativas socioambientais das organizações: interfaces entre a teoria do desenvolvimento social habermasiano e o isomorfismo da teoria institucional

Martinho Luis Kelm, Cíntia Lisiane da Silva Renz, Sérgio Luís Allebrandt, Jorge Oneide Sausen

Resumo


O artigo estabelece uma discussão a partir da premissa de que a institucionalização envolve processos por meio dos quais valores sociais (práticas, crenças e obrigações) assumem o status de regras de pensamento e de ação social. Busca assim responder como uma sociedade viabiliza a materialização de novos padrões de racionalidade de modo a que estes passem a interferir nas concepções de realidade de seus sujeitos. O estudo apresenta um modelo de análise sistêmico da Responsabilidade Social Corporativa integrando os conceitos da Lógica do Desenvolvimento Social proposta por Jürgen Habermas e os processos de isomorfismo observados nas organizações e oriundos da Teoria Institucional. Com o intuito de fornecer um modelo de análise teórico-empírica sobre o tema, as iniciativas socioambientais são justificadas, inicialmente, pelo seu papel como fator de diferenciação ou da reputação da organização e de seus produtos e serviços. Na sequência, observa-se um processo de normatização, quando é definido um novo padrão mínimo de atuação das organizações e, porque não dizer, de maturidade social, reiniciando neste ponto uma nova busca de diferenciais competitivos e avanços sociais. Este enfoque de investigação da atuação das empresas na arena socioambiental rompe com a perspectiva ingênua e voluntarista de que a emergência destas iniciativas ocorra em função de diferentes níveis de conscientização do meio empresarial.

Apresentação
Última alteração
18/03/2013