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Dois grandes enfoques teóricos pensam a economia solidária no Brasil: a matriz neo-marxista e a matriz polanyiana. Este ensaio apresenta uma dimensão implicada em ambos, mas pouco desenvolvida: a noção de tópica intersticial. O problema diz respeito a um lugar comum entre as duas correntes. O percurso leva o leitor à proposição de uma forma comum para a organização dos empreendimentos da ES (EES): a organização liminar. Na discussão das duas matrizes teóricas é possível definir o interstício como o lugar social da economia solidária Os contornos conceptuais deste lugar social são articulados por meio de dois conceitos antropológicos – liminaridade e communitas – de modo a se alcançar o núcleo conceptual do artigo: a concepção de organização liminar.  No final esboça-se uma proposta de uma forma comum para os EES, discutindo os aportes teóricos em sucessivas aproximações com a concepção de organização liminar.