A Socialidade e a Tática dos Apinayé Como Suporte Para a Gestão Social em Territórios Indígenas

Miguel Pacífico Filho, Thelma Pontes Borges

Resumo


Discutiremos a  possibilidade de construção de políticas públicas sustentadas pela  Gestão Social, a partir das proposições formuladas por Fernando Guilherme Tenório, considerando os resultados de pesquisa apoiada por uma política pública instituída, a saber, o Observatório da Educação Escolar Indígena/CAPES. Tais resultados dizem respeito às percepções dos índios apinayé em relação à manutenção de seus traços identitários.  O referencial teórico utilizado para verificação da construção de padrões cotidianos de resistência cultural dos  Apinayé foi retirado de Michel de Certeau e seu conceito de tática. Utilizamos também o conceito de socialidade extraído de Michel Maffesoli que nos forneceu suporte para a visualização de uma conquista de espaços nas relações desse povo indígena com a sociedade não indígena, que ocorre dia a dia. Entrevistamos membros de setores das sociedades apinayé como caciques, vice-caciques, professores indígenas, autoridades religiosas, alguns dos integrantes de maior idade e indivíduos sem qualquer relação de liderança política ou religiosa. A metodologia de pesquisa desenvolveu-se através de quatro visitas a cada uma das aldeias apinayé selecionadas, Mariazinha e São José, localizadas no município de Tocantinópolis; no extremo norte do Tocantins.  Cada uma destas visitas durou uma semana. Concluímos que ao fornecer a possibilidade de registrar percepções de mundo dos apinayé; estruturantes de suas relações com as sociedades não indígenas, consideramos que o Observatório da Educação Escolar Indígena/CAPES busca construir subsídios para a formulação de políticas públicas voltadas à estruturação e aperfeiçoamento da educação escolar indígena e, portanto em consonância com as proposições de Tenório para a Gestão Social.

Apresentação
Última alteração
18/03/2013